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sábado, 10 de novembro de 2018

Sem manutenção, ar-condicionado pode causar infecções e até matar


No calor forte, o ar-condicionado é quase sempre a única saída para refrescar o tempo quente. Mas a situação preocupa quando o assunto é a limpeza desses aparelhos. Escondendo verdadeiras fontes de contaminação, os equipamentos podem desencadear diversas doenças respiratórias, se não forem limpos corretamente e com frequência.

De acordo com infectologistas, o acúmulo de sujeira no aparelho pode desencadear infecção pulmonar e problemas alérgicos, como rinite, asma e sinusite.

Segundo o cardiologista e clínico-geral Evandro Ferrari, a falta de manutenção dos aparelhos, dissemina no ambiente partículas que podem desencadear transtornos respiratórios. “O ambiente do ar-condicionado é propício para o aparecimento de fungos, ácaros e alérgenos, como pó e poeira”, explica.

Estão ainda mais vulneráveis a desenvolver infecções respiratórias os idosos, bebês, pessoas imuno comprometidas, os alérgicos, os asmáticos, os que têm bronquite e efizema, além dos portadores de imuno deficiência adquirida, como HIV, e até mesmo pessoas com câncer, explicou o médico.

“Nesses ambientes , além de gripes e resfriados, as pessoas podem desenvolver crises de asma, bronquite e até mesmo infecções respiratórias, como pneumonia”.

Ferrari lembra ainda que nestes aparelhos sujos podem ocorrer a cultura de microorganismos, as bactérias, onde a situação pode ser ainda mais crítica.

Pessoas que diariamente estão em locais onde não há manutenção dos sistemas de ar ou ventilação podem desenvolver doenças respiratórias, segundo a médica infectologista e coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Universitário de Campo Grande, Andyane Tetila.

“Muitas das doenças são alergias denominadas de "síndrome do edifício doente", designado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) na década de 80”, explica ela se referindo a locais há grande concentração de pessoas com problemas respiratórios.

Depois da morte do ministro das Comunicações, Sergio Motta, em 1998, que contraiu uma bactéria alojada no ar-condicionado, a Legionella, o Ministério da Saúde baixou portaria exigindo a higienização mensal dos aparelhos de ar-condicionado. A bactéria oportunista ataca, principalmente, pessoas com sistema imunológico debilitado.

Se a contagem de microrganismos estiver acima de 750 unidades formadoras de colônia (UFC) por metro cúbico de ar, padrão estipulado pela OMS, o ambiente é considerado impróprio para a saúde.

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